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O álbum do rapper mineiro Matéria Prima conta com produção de Gui Amabis


Os 2 Atos de Matéria Prima
Com produção de Gui Amabis, “2 Atos “ do mineiro Matéria Prima, é o terceiro registro fonográfico solo deste MC veterano que lançou os EPs “Material de Estudo” (2013) e “Pocas” (2016).  Além destes trabalhos, o rapper integrou também trabalhos icônicos do rap brasileiro, como Quinto AndarSubsolo e atualmente faz parte da banda Zimun.
Lançado em 2017, o novo trabalho mantém a conexão com o hip hop ao mesmo tempo em que aponta para outras direções, com liberdade para a construção das sonoridades (no plural mesmo) que compõem o disco. “2 Atos”  (ouça no BandcampDeezer ou Spotify ) não é um disco feito com a preocupação em se encaixar em alguma “gaveta”. O álbum, como o próprio Matéria Prima define, é um disco para “desacelerar” nesses tempos frenéticos. É uma obra que fala da retomada das relações humanas mais próximas, dos encontros casuais nos pontos de ônibus, da visita a um velho amigo e da superficialidade das relações mediadas pelas redes, onde a imagem importa mais do que a vida que se vive, ou mesmo apontar o “erro” alheio, antes mesmo de qualquer reflexão. Contemplação e reflexão são palavras que cabem bem, mesmo quando o rap dá a direção ao falar das ruas e tecer críticas sutis e ácidas ao comportamento contemporâneo.
É um trabalho para se ouvir com calma e absorver o máximo, tanto das texturas sonoras quanto da escrita e o que ela aborda. São 10 faixas, sendo 5 rap’s e 5 canções e é essa “divisão” que propõe diálogos  realizados em dois atos distintos e interligados.

Em cena
Para além da sonoridade, o trabalho ganha uma pincelada cênica com direção da atriz Grace Passô e acompanhamento de músicos como Lenis Rino (bateria), Barulhista (eletrônicos), Ravel Veiga (baixo) e Edgar Dedig (guitarra), que dividem o palco com o rapper/ cancioneiro/ poeta Matéria Prima. É neste momento que a obra é traduzida e pensada de outra forma e se transforma em um show único, que não é apenas um concerto, mas um espetáculo que reúne teatro e música. Um show que rompe com a barreira palco/ público ao propor outra organização espacial. O resultado deste trabalho pôde ser visto em oito apresentações realizadas no Sesc Copacabana (Rio de Janeiro) e uma em Belo Horizonte, no teatro do Galpão Cine Horto. Em todas as ocasiões o público se sentiu convidado a participar, sendo parte essencial, sem a barreira que separa músicos do público, sem o palco que hierarquiza. No fim, tanto o disco quanto o show apresentam um Matéria Prima do cotidiano, o MC que reflete sobre o seu tempo e está nas ruas, nas conversas, como artista múltiplo que é, num mundo onde as definições tornam-se cada vez mais rarefeitas.

Sobre Matéria Prima
Thiago Augusto, também conhecido como Matéria Prima, é um dos MC`s mais destacados na cena do rap mineiro. Participou de grupos como Quinto Andar e Subsolo, trabalhos que o tornaram uma das referências do até então chamado “rap underground” no Brasil. Hoje ele é um dos integrantes da banda mineira Zimun, um dos principais nomes da cena musical de Belo horizonte. Por pesquisar intensamente o rap norte americano, aprendeu a língua inglesa de forma autodidata, o que mais tarde deu-lhe a oportunidade de ser o intérprete de África Bambaataa (Considerado um dos pais do hip hop por ter sido o primeiro a utilizar o termo e para referir-se às manifestações artísticas dessa cultura) em sua passagem pelo Brasil. Seu trabalho é marcado pelo cuidado rigoroso com a escrita, o que resulta em rimas e metáforas desafiadoras, construindo cenários mentais que abordam a rua, a vida e as particularidades humanas como receios, anseios, potencialidades e limitações,

Ouça o álbum 2 Atos:


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