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Artista potiguar, Gonzaga Neto lança livro e performance sobre desobediência e sobrevivência

Foto: Ian Rassari 

Obra “É na Desobediencia que Meu Corpo Ainda se Mantém de Pé”, de Gonzaga Neto, será lançada e vem acompanhada de vídeo-performance e fotos 

A síntese de um corpo cansado. Essa é a premissa do livro “É na Desobediência que o Meu Corpo Ainda se Mantém de Pé”, do artista Gonzaga Neto, de 28 anos, morador da zona norte de Natal (RN). Com 29 textos, 10 fotos e uma vídeo-performance, o projeto do poeta chega às ruas no próximo dia 18 de setembro. 

Com um lançamento virtual no estúdio da Nobir, com a participação do fotógrafo Ian Rassari, o autor vai debater o processo de escrita, bem como de feitura das fotografias e da gravação da performance. 

Sobre o livro, o volume retrata o momento que estamos a passar como humanidade, mas também como brasileiros. “É o que sinto todos os dias. Diante de tudo que estamos a passar, é preciso ser desobediente e resistir para se manter inteiro - mesmo que completamente em pedaços”, conta. 

A obra traz textos que conversam entre si e pedem ao leitor que seja, sinta e permita o próprio corpo. Então, convida-o a se jogar do alto do sexto andar de um prédio moçambicano, a levantar a cabeça e atear fogo no que restou. A despedaçar a fíbula, ser deglutido por um ônibus e assim, com imagens fortes, a resistir. Na desobediência. 

O livro que sai pela Anzóis Produtora é uma reunião de poemas sobre ser um corpo no mundo atual, cansado de lutar, vivenciando guerras de diferentes tipos, enfrentar fuzis e cotidianos. É um livro sobre a coragem e insistência de existir, se fazer gente em tempos difíceis. 

“Esse livro é uma afirmação de existência, ele traz um olhar profundo para dentro da gente e podemos encontrar sombras, mas também encontramos luz, luz para guiar esse caminho incerto, mas necessário de desobedecer à insistência do mundo em nos fazer desistir. Como diria Martin Luther King, ‘temos o dever moral de desobedecer leis injustas'”, comenta Gessyka Santos, que foi a produtora e editora do projeto. 

Performance e corpo

A performance que dura quase 10 minutos surgiu, segundo Gonzaga, da necessidade de escrever para além das palavras. “Meu corpo sentia necessidade de expressar coisas que não estão escritas no dicionário e com a ajuda de algumas pessoas como Gessyka Santos, Ian Rassari, Fernanda Cunha, Gleison Nascinento, Dennis Vasconcelos e do Espaço A3 eu pude deixar esse corpo no seu mais puro estado de exaustão. Foi um processo muito desafiador e de muitos aprendizados, foi ali – durante aquele processo -  que consegui entender que não são as palavras, as tintas ou os instrumentos que fazem o artista, é o corpo. Ele é a nossa maior ferramenta de trabalho e forma de expressão artística”, destaca.

A performance em vídeo só estará disponível a quem comprar o livro. As pessoas são levadas até ela através de um QR Code impresso, que direciona a um link com o material. 

Na descrição, o artista avisa: “Isto não é um livro. É um corpo. Um corpo exausto. Triturado pelo tecer dos dias. Um corpo insustentável, que sente o peso de ser pouco. De ser palavra. De ser”. 

O livro foi realizado com recursos da Lei Aldir Blanc Rio Grande do Norte. Fundação José Augusto, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.

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