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Novo disco de Madonna reafirma influência do hip hop na música pop


Para fazer seu décimo primeiro álbum de estúdio, "Hard Candy", Madonna foi buscar os produtores mais inventivos do hip hop nos últimos tempos. Das 12 faixas, sete foram produzidas pelo duo The Neptunes (Beyoncé, Justin Timberlake), e as outras cinco por Timbaland (Nelly Furtado, Björk), sendo duas em parcerias com Danja, seu pupilo. Pharrell Williams, o nome mais conhecido do Neptunes, assina também as faixas que produziu, e é o responsável pela sonoridade agregada à "Hard Candy".

"Eu amava os discos deles", diz Madonna, em entrevista divulgada pela gravadora Warner, sobre os novos produtores e parceiros. "Eu estava pensando: que tipo de música eu adoro neste momento? E eram esses três", completa. O primeiro single, que já está na web e teve o clipe exibido em grandes emissoras de TV, é "4 Minutes", a mais dançante do disco, que investe pesado no funk eletrônico e tem os vocais do cantor Justin Timberlake, que fez a ponte entre a cantora e os produtores. O UOL teve acesso à integra do álbum na manhã desta quinta-feira, durante audição na sede da gravadora.

Segundo Madonna, a música, inicialmente chamada "Four Minutes To Save The World", "veio dessa idéia, de poder salvar o mundo com uma música". "4 Minutes" aparece espremida por duas outras faixas dançantes, "Candy Shop", que abre o CD em alto astral, atualizando o dance com o funk eletrônico, e "Give It to Me", com estética retrô, chupada do funk setentista e que lembra até outras atualizações dele, feitas, quem sabe, por MC Hammer nos anos 90 ("U Can't Touch This"), ou por Falco nos 80 - "Der Kommissar".

O disco dá uma certa caída nas faixas seguintes, nas quais os beats descolados por Pharrell aparecem mais calmos. Em "Miles Away", a primeira feita por Timbaland, o arranjo enfatiza o som orgânico de uma bateria. Em "She's Not Me", a própria cantora reconhece o clima retrô: "É muito velha guarda, nós estávamos escutando discos de Debbie Harry quando a fizemos. Acho que é quando Debbie Harry encontra Gloria Gaynor". Os graves salientes realmente não negam a referência a "I Will Survive".

O funk eletrônico de Pharrell Williams esbarra em sua versão carioca, reconhecida no exterior como parte da música eletrônica contemporânea. É o que acontece em "Incredible", que retoma timidamente o pique do início de "Hard Candy", sem perder um certo halo retrô. "Tem um tipo de homenagem a Marvin Gaye", entrega Madonna. "E rap do Kanye West", contrapõe. "Estávamos canalizando muitos artistas diferentes do passado nessa música". Outra que flerta com os sons dos morros do Rio é a quase charme "Beat Goes On", em que Kanye West, que gravava num estúdio vizinho, desfila o palavreado de rapper com muita propriedade.

Já "Dance Tonight" tem a participação vocal de Justin Timberlake, é mais cadenciada e abre espaço para a curiosa "Spanish Lessons", com Madonna cantando em inglês e espanhol. "Essa nasceu com Pharrell tocando todas aquelas músicas de Baltimore, Maryland. Ficamos assistindo àqueles clipes na Internet de pessoas dançando", conta Madonna. A faixa, com uma introdução de viola flamenca, é uma das mais orgânicas do CD.

Para o final, duas baladas cool produzidas pela dupla Timbaland/Danja. "Devil Wouldn't Recognize You" é seguramente uma das melhores do disco, e "Voices" fecha o CD num relaxante sossego, inimaginável na hora em que a tecla play foi pressionada. "Eu apenas queria compor músicas que as pessoas não conseguissem tirar da cabeça", resume Madonna. E parece que, na maior parte do disco, ela conseguiu. De novo.

"Hard Candy" tem lançamento mundial previsto para o dia 28 de abril, no Brasil e Europa, e no dia seguinte nos Estados Unidos. Uma edição japonesa traz uma décima terceira faixa, "Ring My Bell" --que não é o clássico disco de Anita Ward, gravada em 1979. Apesar dos esforços da gravadora, além do single "4 Minutes", trechos de outras músicas já podem ser ouvidos na Internet.





Fonte: UOL

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