Preto Will foi agredido fisicamente pelos guardas do metrô Campo Limpo no final desta tarde
por Nina Fideles
colaboração Jéssica Balbino
O rapper e ativisita cultural Preto Will, do grupo Versão Popular e
membro da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia) foi vítima de
uma agressão física no final da tarde no metrô Campo Limpo – SP.
Quando recebemos a notícia que o rapper
Preto Will, do grupo Versão Popular, e poeta da Cooperifa, sofreu uma
agressão – sem sentido tal qual toda intolerância -, no metrô Campo
Limpo na Zona sul paulista, muitas agressões diárias, seja ela física ou
simbólica, devem ser lembradas e instigar em nós o sentimento de
indignação e revolta.
Em 1° de dezembro de 1955, Rosa Sparks
resolveu não ceder o seu lugar em um ônibus para um branco. São 56 anos
do fato e é triste constatar que coisas semelhantes ainda acontecem.
Obviamente em outro contexto, outra realidade, antes que muitos achem
absurda a comparação e vejam nestas diferenças que temos de época
motivos para se calarem.
Preto Will foi agredido no metrô Campo
Limpo pelos seguranças, que o estavam encarando. Ele foi agarrado pelo
colarinho e pelas costas com uma gravata e levado para fora da estação. O
segurança ainda disse que se ele quisesse que pegasse o ônibus, pois de
metrô ele não iria. Ele passou pelo hospital e está bem. Após ter
passado dez dias ininterruptos promovendo a cultura, a arte da periferia
com a realização da 4° Mostra Cooperifa, isso acontece.
Um caso entre muitos que acontecem
cotidianamente e ficam apagados e passam despercebidos por muitos
motivos. Preto Will é nosso amigo, militante da cultura negra, da
cultura periférica, e canta a favor desta periferia e suas famílias.
Pelo James Bantu que também foi humilhado em uma agência no Banco do
Brasil ainda este ano. Por muitos os casos. Segue a pergunta: até
quando a cor da pele pagará o preço pelo seu valor?
Que estes seguranças passem por
constrangimentos públicos e paguem o que a justiça lhes preparar. E que
atitudes de racismo sejam denunciadas nas ruas, nas redes sociais, em
todo e qualquer lugar, pois este mau se fortalece quando nos calamos e
cruzamos os braços, fingindo não ser comigo ou com você. Racismo é
doença e precisa ser combatido.
Neste momento, ele está no Hospital do
Campo Limpo fazendo o exame de corpo de delito. Há algumas escoriações
pelo corpo do músico.
Assim que for liberado, ele deve retornar a 37ª Delegacia de Polícia no Campo Limpo, onde deverá prestar mais depoimentos.
Ativistas culturais de todo país estão
mobilizados para exigir retratação diante do caso. Uma mobilização, pelo
twitter, já começou, com a disseminação da hashtag
#RacismonoMetrôCampoLimpo.
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