Composta há pelo menos três anos, a canção já refletia sobre uma certa estranheza com os tempos atuais. Na letra, mesmo que sensorialmente, a artista fala sobre ‘tentar escapar de desconfortos já instalados pela manhã’. Logo em seguida, ela decreta: “ou muda a vibe ou muda a atmosfera”. “Mesmo admitindo angústia, seja nessa mensagem literal ou no clima denso que o registro traz, acredito que expor vulnerabilidade fortalece minha humanidade e aponta caminhos para a redenção. Inclusive, como mulher negra que sou. Quero que esse trabalho seja trilha sonora para quando precisamos pensar em mudanças possíveis ou perceber que uma história ruim também pode ter novas formas – realistas e positivas - de serem vividas e contadas”.
Somando quase 5 minutos, ‘Luas pra Tantas Faces’ segue um clima anos 90, aliando guitarras pesadas e sujas à vocais com influência R&B, costurados por programações eletrônicas que remontam drum’n’bass e bases de reggae.
Entre as principais referências, nomes que vão de Alanis Morissette, Gwen Stefani, Fiona Apple, Lauryn Hill, TLC, Brandy & Monica até Nação Zumbi e bandas amazonenses como Charlie Perfume e Deskarados.
Para a versão audiovisual, Elisa Maia - que em 2019 deixou o Centro de Manaus para voltar à zona norte, periferia da cidade onde passou toda a adolescência e início da vida adulta - escolheu a casa recém construída no terreno da família para ambientar seu primeiro videoclipe. A sala ampla e branca, o quintal arborizado, a laje e todas as raízes cotidianas foram locações perfeitas para a produção.
O pai da cantora, Rosalvo, ou Seu Baiano como era conhecido, que nos últimos anos vinha debilitado por conta de doença cardíaca, participou das filmagens dando suporte à equipe. Ele faleceu no dia 31 de maio deste ano. O videoclipe ‘Luas pra Tantas Faces’ é dedicado à ele e a todos que perderam pessoas importantes nesse período de pandemia e quarentena.
Denso, etéreo e transformador, o projeto audiovisual teve direção de Victor Kaleb, fotografia de Robert Coelho e concepção de arte e figurino por Anália Nogueira. Samya Carvalho assina a montagem e Marcelo Rodriguez a correção de cor.
O som foi mixado por Rafaela Prestes e masterizada por Fernando Sanches, no Estúdio El Rocha.
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