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Rincón Sapiência na TV Trip



Rincón Sapiência quer, com muito estilo e pouco custo, ampliar consciência e público do rap
Texto por Diogo Rodriguez Vídeo Luis Rodrigues Alves
Cruzando o rapper paulistano Rincón Sapiência na rua não dá para imaginar o som que ele faz. De chapéu, paletó, calça social e camisa, ele mais parece um sambista, daqueles das gafieiras antigas. Elegante, mesmo de All-Star. Talvez ainda mais. Há mais de seis anos investindo na carreira, Rincón acaba de lançar seu primeiro clipe, justamente uma referência à maneira como se veste. Em apenas uma semana, foram mais de 10 mil acessos no Youtube. A faixa está no seu primeiro disco, Promotrampo Vol 1, que tem duas faixas. Uma delas, a do clipe, chamada “Elegância”.

A ideia de um rap que fala sobre roupas pode parecer uma referência ao estilo “bling-bling”, de muitos rappers americanos, que exaltam marcas famosas, dinheiro e limousines em formato de jipes Hummer. Nada mais distante do universo de Rincón, que fala de roupas compradas em brechó, “muito estilo, pouco custo”, como diz a letra. Se não quer parecer um esnobe, o habitante de Arthur Alvim também não nega a tradição do rap paulistano e aborda, mesmo que de passagem, questões como o preconceito e a vigilância desconfiada da polícia (e das mulheres, claro): “Ao olhar do tira e da dama que admira, tô na mira sempre, como é curioso”.
Com seu chapéu de sambista e paletó, Rincón leva na mochila o Promotrampo, que vende em seus “rolês”, como ele mesmo define. Feito artesanalmente, o disco já vendeu cerca de 300 cópias, ao preço de dois reais. A grana ajuda a pagar as contas de casa e a sustentar o filho pequeno.
A batida de “Elegância” é pesada, um rap tradicional, mas seu olhar obtuso que mistura questões sociais, orgulho negro e bom-humor colocar Rincón em um patamar diferente do que se está acostumado no hip hop. Não se engane, porém: os Racionais MCs estão ali, o rap americano também. Sua visão é mais ampla, mas ele não quer negar de onde vem,  encontrou um caminho diferente menos agressivo, para falar de coisas de um dia-a-dia duro, mas no qual não falta humor: “Sabe que eu sou rap, mas sou tipo tango, elegante na corrida pra ganhar uns mangos”.
Veja o clipe da música “Elegância”:

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