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Rapper angolano MCK abre a rentrée no Musicbox com Bonga



A revista The Economist chamou-lhe “o músico da dissidência na Angola rica do petróleo” – e se há publicações onde não se espera ler sobre rap angolano, a sisuda The Economist é uma delas.


MCK, o rapper que faz parte de uma nova geração angolana de músicos activistas, apresenta-se pela primeira vez em Lisboa com um espectáculo em nome próprio, a 1 de Setembro. O concerto, que inaugura a rentrée no Musicbox, no Cais do Sodré, terá como convidado especial o também angolano Bonga – um encontro de gerações, que “representam duas visões diferentes de estar na música”, segundo Sara Cunha, responsável pela comunicação do Musicbox.


O último álbum de MCK (lê-se MC Kapa), É Proibido Ouvir Isto, é de 2012, mas o presente contexto político em Angola – marcado pela detenção de um grupo de jovens activistas em Junho, entre os quais o também rapper Ikonoklasta (que esteve no Musicbox em Dezembro do ano passado), sob o pretexto de que preparavam “actos tendentes a alterar a ordem e segurança pública do país” – confere uma nova actualidade à música de protesto deste rapper formado em Filosofia. Da pobreza dos musseques à corrupção endémica, as suas letras são explicitamente anti-regime. “A disparidade é enorme / Vivemos presos nesta armadilha / Condenados a sermos escravos de três famílias / Tudo é deles / Do Talatona à Ilha / Os diamantes são deles / O petróleo é deles / A imobiliária é deles / A banca é deles”, canta em O País do Pai Banana.


(Já agora: Portugal também não escapa ao bisturi crítico de MCK.)


O convite do Musicbox não é indiferente – pelo contrário – a essa tomada de consciência política e social, a que se junta o facto de passarem 40 anos sobre as independências da África lusófona, momento para “reflectir sobre o caminho que foi feito e que ainda há para fazer”, assinala Sara Cunha.


Em 2012, MCK esteve em Lisboa para o lançamento de É Proibido Ouvir Isto e fez um breve showcase na Fnac Colombo.

FONTE:publico.pt

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