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Slam da Guilhermina leva batalha de poesias à Virada Cultural 2017






Apresentação ocorre após coletivo percorrer nove cidades no Circuito Sesc de Artes

Após percorrer nove cidades no Circuito Sesc de Artes, o Slam da Guilhermina se apresenta na Virada Cultural 2017. A batalha de poesias ocorre no Palco Virada na Efigênia – Rua Aurora com a Avenida São João no sábado às 22h. A participação é gratuita.

O Slam da Guilhermina foi o segundo slam a ser criado no Brasil e completou 5 anos em 2017. A comemoração se deu também com o lançamento de uma antologia com os poetas vencedores. O Slam da Guilhermina acontece desde fevereiro de 2012 na Zona Leste de São Paulo, ao lado do Metrô Guilhermina-Esperança, sempre na última sexta feira do mês.  Vale lembrar que um slam de poesias tem característica competitiva e é dividido em três etapas/fases. Os participantes devem apresentar seus textos/poemas autorais de forma oral, as poesias devem ter até três minutos de duração, não é permitido acompanhamento musical, adereços e figurinos. Os poetas são avaliados por cinco jurados escolhidos entre o público presente. Em caso de empate somam-se as notas anteriores definindo o campeão, no caso Slampião ou Slampiã.

Circuito Sesc de Artes: uma – ou várias – experiências
Para os integrantes do Slam da Guilhermina, a experiência no Circuito Sesc de Artes foi bastante importante. Segundo o slammaster Emerson Alcalde, essa foi a segunda experiência com apresentações deste porte. A primeira foi em 2010, a convite do também escritor Alessandro Buzo, que após assistí-lo no ZAP! SLAM, o convidou para as apresentações. Na ocasião, Alcalde era o único integrante da cena da poesia falada na turma, que tinha também Michel Yakini (Elo da Corrente) e Vagner Souza (Sarau da Brasa). “Eu era o único iniciante na cena da poesia falada dessa turma, muito surpreso aceitei o primeiro convite para circular com poesia”, disse. E assim viajou 20 dias ininterruptos por 14 cidades do interior paulista.


Agora, sete anos depois, Alcalde retornou ao circuito, mas com o coletivo que ele formou com os amigos: o Slam da Guilhermina. “O poetry slam (campeonatos de poesia falada) agora está estabelecido no país, mas naquele momento existia apenas um evento. Sete anos depois sou pai, tenho dois livros publicados, viajei para cinco países diferentes, e tantas outras transformações pessoais e profissionais que me marcaram, ah…. E outra vez vivi momentos únicos e marcantes passando por seis cidades entre interior e litoral, conhecendo artistas e coletivos maravilhosos traçando laços que os olhos não alcançam. Cada experiência é única e nunca sabendo onde ela nos levará. Neste rolê tinha dança contemporânea de Guaianases, O Fragmento Urbano, misturando ritmos e culturas com muita malandragem, Circo Caramba de Campinas, com um palhaço cabuloso que fazia o Jerônimo Show e tocava a banda sozinho, a tecnologia da impressão em 3D do Mundo Maker e Mediação com Rodas de leitura atiçavam a curiosidade das crianças de todas as idades, Cia Pão Doce de Teatro, de Mossoró – Rio Grande do Norte trouxe amor para os paulistas com canções e encenações belíssimas, além do efeito hipnótico do apaixonante sotaque, e Zé Brown, do grupo de rap pernambucano Faces do Subúrbio que eu conheci somente pela MTV, com o Rap Repente finalizava a noite de maneira porreta. Depois de sete anos volto ao Circuito trazendo mais cinco pessoas comigo, e pra elas tudo foi novidade. E espero que esta experiência tenha sido seja tão profunda quanto foi pra mim, nestes dois circuitos e todos os desdobramentos. E os frutos, desta viagem, acalmem-se jovenzinhos, colheremos com o tempo. O vazio que estamos sentido agora é fundamental para a nossa renovação”, destacou.

Mas o depoimento dele não é o único. O poeta Daniel GTR também descreveu como foi percorrer o circuito. “Há duas tarefas difíceis para quem se arrisca na arte da escrita: escrever sobre coisas que não tem importância alguma e escrever sobre coisas que têm importância demais. É por conta dessa última tarefa que tenho dificuldade para escrever qualquer coisa sobre o Slam da Guilhermina”, disse.

Ainda de acordo com ele, o Slam da Guilhermina foi o primeiro que ele assistiu, o primeiro que batalhou e o primeiro em que ganhou uma grande final e ainda a vaga para disputar a final no Slam BR em 2016. “No [Slam da] Guilhermina, que me senti curado de uma de uma das piores crises que já tive na vida (fato que pouquíssimas pessoas sabem e que nem seria tanta novidade, já que muitos já se sentiram curados também pela arte). Mas, sobre tudo isso já escrevi, ou melhor, tentei, pois é difícil escrever algo que explique o valor simbólico que tem o Slam da Guilhermina pra mim”, relatou.


E sobre a participação no circuito, Daniel lembrou que trata-se de  591 espetáculos artísticos realizados em diversas cidades de São Paulo pelo Sesc no período de 28 de abril a 14 de maio . “Eu definiria o Circuito Sesc de Artes em apenas uma palavra: encontro. primeiro porque nessa série de eventos nos encontramos em diferentes artes: teatro, literatura, música, dança e por aí vai. Segundo – e mais importante – porque esse encontro é formado por interação, por troca. é encontro de conhecimento e de olhares, é encontro que a gente se encontra no olhar do outro. é encontro para o qual somos convidados como artistas e viramos ouvintes. é encontro que a gente se encontra dentro de si por conta da arte do outro. Eu, que cai por acidente no universo da poesia, só tenho a agradecer por tudo isso”, acrescentou.

A poeta Mayara Vaz também destacou a importância da vivência. Para ela, foi época de ter certezas. “A primeira, é a de que é possível levar mudança para a vida das pessoas através da arte. A segunda certeza é que evoluir nunca deve deixar de ser meta. Gratidão define o que sinto hoje: aos artistas, aos públicos, à produção e, principalmente, à arte marginal. Vida longa à todos que resistem”, pontuou.

Serviço
O quê: Slam da Guilhermina na Virada Cultural 2017
Onde: Palco Virada na Eigênia.
Endereço: Rua Aurora X Avenida São João – Centro de São Paulo – SP.
Quando: Sábado, 20 de maio de 2017 às 22h.

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