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Boombeat e CyberKills lançam EP “Bárbara”

A potência da raiva e da aceitação, dos medos e das conquistas, e a busca pela identificação e acolhimento das travestis são potencializadas pelas rimas, flows e lírica afiada da rapper Boombeat e a sonoridade eletrônica, misturada ao trap e com pitada de funk do duo DJ’s da CyberKills no EP “BÁRBARA”, que chega nas plataformas digitais nesta sexta-feira, dia 8 de abril. Com seis faixas, sendo cinco inéditas e dois interludes que marcam o início e o encerramento da produção, a obra procura unificar uma identidade musical pouco explorada nas cenas do rap e eletrônico nacionais. 

As faixas atravessam o processo da rapper a partir do momento em que se entendeu e externalizou para si e para o mundo sua travestilidade em 2021. Sensível, forte, autêntico, direto ao ponto e com muita autoestima, as músicas transitam entre o dançante, a emoção e a reflexão a partir das experiências ali colocadas pela artista a partir da sua história, que se inicia na troca dentro das relações, nos aprendizados e nas portas que se abrem a partir disso para que cada pessoa possa construir seu futuro. 

“O nome “BÁRBARA” vai além do adjetivo, mas também carrega o nome de uma das principais personagens do objeto. Presente na primeira e última faixa, Barbara, que é uma travesti entre demais marcações, adjetivos e suas especificidades, entrelaça as vivências e narrativas trazidas nas demais faixas. Já que com a história dela, fui incentivada a viver e experienciar a minha travestilidade”, comenta Boombeat sobre o título do álbum, uma referência ao adjetivo em que ela e demais travestis se encaixam, e também ao nome da dona do áudio da faixa interlúdio “Amiga”, que abre o EP. 

“Barbara é minha melhor amiga e também travesti. Esse áudio dela me deu muita força e me atravessou, foi além de mim. Na mesma hora que escutei, sabia que um dia ele faria parte do meu disco. Ele abre o EP para que as pessoas entendam sobre o que vem pela frente, nesta nova fase e também a importância dessa amizade. É um conselho, mas é poesia, emociona. É meu início como travesti, meu desabrochar", explica a rapper sobre a primeira faixa.  

Parceiros profissionais desde 2020, CyberKills buscou um caminho entre o eletrônico, o rap e o trap para musicalizar a profundidade das rimas de Boombeat. “É um trabalho abrasivo, incisivo e frenético. Foi um processo muito orgânico, criado com facilidade e fluidez entre todos os artistas. Abraçamos a urgência dela de falar sobre seu processo, de expor e acolher suas vulnerabilidades, e transformar isso em força. E isso trouxe nossa sonoridade, com mais agressividade, a mistura do trap com tech house, trap com trance”, explicam os DJs. 

Em Poder Fatal, CyberKills abre com um trap e avança para miami bass para acompanhar as nuances da transição de Boombeat, que reforça na letra que agora ela voltou - e voltou mais cara. Da raiva à auto exaltação, a rapper traz versos rápidos e agressivos que giram em torno da sua origem indígena, o poder da sua travestilidade e a incessante busca por espaço, respeito e identificação nos diversos ambientes.

“Essa música é cíclica, é a minha fase de entendimento sobre quem eu sou e todas as camadas sociais que isso implica. A raiva sobre como somos tratadas e o lugar que somos colocadas. Mas também esse encontro comigo, a celebração e a exaltação do meu poder como travesti”, reflete ela. 

Confira o EP na sua plataforma favorita: https://links.altafonte.com/barbara

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