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Sabotage: O Documentário "O Maestro do Canão" sera exibido na TV.




As negligenciadas periferias das megalópoles brasileiras são, mesmo com a precária educação oferecida para seus moradores, tradicionais berços para o nascimento de talentos da nossa cultura. Nas favelas surgiram mestres do samba, do rap e do hip-hop, representantes da expressão de uma parcela popular frequentemente esquecida e ignorada pelo resto da cidade.
Mauro Mateus dos Santos marcou seu nome na história, sob o codinome Sabotage, como um mito do gênero conhecido pela rima rápida e escrita agressiva, com linguagem familiar ao povo.
Coproduzido pelo Canal Brasil, o documentário de Ivan 13P resgata a trajetória de vida do emblemático filho da Favela do Canão, na zona sul de São Paulo.

O diretor realizou um extenso trabalho de pesquisa para recuperar entrevistas de Sabotage, assassinado a tiros em 2003, e depoimentos de familiares e amigos que conviveram com o músico, com destaque para sua esposa, Dalva. Uma vasta lista de artistas e admiradores também lembra sua genialidade: os rappers Mano Brown, Thaide e Rappin’ Hood recordam os momentos ao seu lado, o início de sua carreira e o surgimento dessa lenda do gênero. Para mostrar a amplitude de sua influência, o longa-metragem reúne entrevistas com Paulo Miklos, dos Titãs; Andreas Kisser, do Sepultura; e João Gordo, dos Ratos de Porão, comprovando sua capacidade de encantar o rock.

Artista multifacetado, Sabotage também atuou no cinema. Sua estreia foi em O Invasor (2002), de Beto Brant, ao lado de Miklos, Mariana Ximenes, Alexandres Borges e Marco Ricca. Na sequência, foi chamado para participar do elenco de Carandiru (2003), premiada película de Hector Babenco – o cineasta argentino radicado no Brasil revela que seu talento era tão grande que, de um pequeno papel no filme, o rapper tornou-se um consultor para o roteiro e a preparação de atores, devido à sua familiaridade com o linguajar e cotidiano da famosa casa de detenção paulista.

O cunho político das letras de Sabotage também está presente no filme, estabelecendo uma forte crítica ao comportamento do governo ao lidar com as comunidades carentes. A obra lembra a falta de oportunidades do compositor na infância, a luta da mãe para sustentar sozinha a família depois de ter sido abandonada pelo marido alcoólatra, e o envolvimento do jovem Mauro com o tráfico de drogas. O cantor, no entanto, percebeu que caneta, papel e microfone eram formas muito mais eficazes de conquistar fama e reconhecimento, tornando-se um espelho positivo de esperança para as crianças do lugar.
 

Sexta, dia 02/10, às 22h e terça, dia 06/10, às 18h15.

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