Header Ads Widget

Sesc Pinheiros recebe exposição de obras do designer, ilustrador e ministro da Cultura do partido dos BLACK PANTHERS, EMORY DOUGLAS

Sesc Pinheiros recebe
TODO PODER AO POVO! EMORY DOUGLAS E OS PANTERAS NEGRAS,exposição de obras do designer, ilustrador e ministro da Cultura do extinto partido extraparlamentar norte-americano


Com curadoria do coletivo colombiano La Silueta, a mostra traz ainda uma seleção de imagens do fotojornalista estadunidense Stephen Shames e um acervo de fotolivros, cartas e discos. Programação paralela inclui palestra com o artista sobre sua produção.
De 8 de março a 4 de junho de 2017
Sesc Pinheiros recebe a partir do dia 8 de março a exposição “Todo Poder ao Povo! Emory Douglas e os Panteras Negras, que ocupa o espaço expositivo do 2° andar do prédio. Com curadoria do coletivo colombiano La Silueta, a mostra apresenta um conjunto de obras do artista do período em que era diretor artístico, designer e ilustrador do The Black Panther, jornal do Partido dos Panteras Negras. Complementam a exposição uma seleção de imagens do fotojornalista estadunidense Stephen Shames, além de um acervo de fotolivros, cartas e discos, que contextualizam a produção de Emory Douglas e contribuem para a percepção do fenômeno midiático e de representatividade política que foi o movimento dos Panteras Negras.
Fundado em 1966 por Huey P. Newton (1942-1989) e Bobby Seale (1936), na cidade de Oakland, Califórnia, o Partido dos Panteras Negras foi uma importante organização política extraparlamentar americana. Seus integrantes foram idealizadores de manifestos ideológicos com reivindicações sociais, econômicas e políticas para a comunidade afro-americana nos Estados Unidos.
Emory Douglas, que também assumia o título de assumiu o título de Ministro da Cultura do partido, foi responsável em grande parte pela concepção estética e publicitária do movimento, criando inclusive a máxima do partido “Todo poder ao povo!”. Sua arte gráfica contribuiu para a construção de imagens ícones com temas sociais e políticos que transcendem fronteiras, apresentando um trabalho expressivo que mistura um desenho denso com as possibilidades limitadas de reprodução da imagem a que tinha acesso e técnicas da gráfica publicitária para enriquecê-lo.
Para o curador, Juan Pablo Fajardo, “para os Panteras Negras, o jornal representava um modo de se organizar, de tornar visível e oferecer uma imagem para as comunidades local e internacional”. E completa: “Douglas se vinculou ao Partido e passou a desenvolver um estilo visual que ainda hoje é claramente reconhecível”.
Apresentada anteriormente em Bogotá, na Colômbia, entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016, a mostra conta com atividades integradas que incluem a palestra Todo Poder ao Povo!, com Emory Douglas, na data da abertura da exposição, às 18h30, no Teatro Paulo Autran doSesc Pinheiros.
O JORNAL BLACK PANTHER
Publicado quase semanalmente durante 14 anos, o primeiro número de cerca de 600 exemplares foi produzido em 25 de abril de 1967 por Huey P. Newton e Bobby Seale, utilizando caligrafia, uma máquina de escrever e fotografias reproduzidas em máquinas copiadoras. A partir do terceiro número, contudo, o jornal mudou radicalmente: Emory Douglas passou a trabalhar e a incorporar seus desenhos na publicação, trazendo sofisticação ao projeto gráfico, com conteúdo distribuído em colunas e seções, além de tomar o controle em termos gráficos até chegar aos exemplares de 1968. Neles, o desenho ocupava a página toda, abarcando a maior parte do espaço visual, e era feito o uso de duas cores, de cabeçalho e de uma identidade visual mais clara no que concerne à tipografia. A imagem do rosto de Newton, de boina, estampada no cabeçalho, também foi incorporada como parte da caracterização do Partido e do jornal.
O novo vocabulário visual trazido, que se expressava pelas mãos de Douglas, era composto por diversos tipos de imagens: por vezes ilustrações mais radicais, outras vezes fotografias, algumas delas realizadas por integrantes do Partido e outras por fotógrafos profissionais simpatizantes do fenômeno dos Panteras Negras. Mesmo nas colaborações de outros artistas gráficos, contudo, sempre foi possível perceber a direção visual de Douglas.
Ganhando força e radicalizando a representação a cada dia, o desenho do artista passou por seus momentos mais contundentes nos exemplares de 1968 a 1971 e foi sendo lentamente substituído nas capas do jornal a partir de 1972, momento em que a representação eminentemente fotográfica incorpora fotomontagens e colagens, fotografias gráficas e combinações de fotografias e ilustrações.
Douglas elegia o tipo de representação de acordo com o tema, seja em têmpera, colagem ou desenho em duas cores, entre outras técnicas. Seu trabalho abarca desde caricaturas mais violentas, alegóricas, como a que traz a imagem do porco representando o poder e a brutalidade, até imagens de linhas finas e delicadas, empregadas em cenas cotidianas que ilustravam as contracapas dos jornais. Já nas capas, são emblemáticas as imagens com linhas simples e traços fortes, combinadas a preenchimentos de tramas e texturas pré-desenhadas nas quais os personagens foram graficamente muito estudados e se encontram dentro de composições que remetem, pelo enquadramento, à linguagem das HQs, incorporada por Roy Linchtenstein no movimento artístico Pop Art. Outro tipo de desenho encontrado nas publicações são as imagens de linhas limpas e sintéticas, usadas para representar, sobretudo, personagens do movimento negro, que dão origem aos primeiros cartazes do artista.
Todo o componente visual do jornal The Black Panther foi articulado como uma das formas de luta do movimento. A publicação fornecia informações à comunidade afro-americana, primeiro, em escala local, e, com o tempo, nacional e até mesmo internacionalmente. “É interessante verificar como a história do Partido chega agora a muitos lugares do mundo e a novos públicos por meio da arte e das instituições culturais, muito mais do que através das ciências sociais e da política”, diz o curador da exposição.
SOBRE EMORY DOUGLAS
Nasceu em 24 de maio de 1943 em Grand Rapids, Michigan, EUA, e reside na região da Baía de São Francisco, na Califórnia, desde 1951. Douglas havia iniciado sua formação gráfica no ateliê de ofícios de um centro correcional e, depois, estudou arte comercial e desenho gráfico. Envolveu-se politicamente como artista revolucionário e depois como ministro da cultura no Partido dos Panteras Negras de fevereiro de 1967 até o início dos anos 1980. A arte e a concepção de design de Douglas eram sempre vistas nas capas e contracapas do jornal dos Panteras Negras, refletindo as políticas do partido e as preocupações da comunidade.

SOBRE STEPHEN SHAMES
Fotojornalista norte-americano que, por meio de sua obra fotográfica, denunciou as injustiças sociais, como a miséria infantil e a utilização de crianças nos conflitos armados africanos.

SOBRE A CURADORIA
La Silueta é um coletivo colombiano de atuação polivalente, que inclui um estúdio de design especializado em projetos expositivos e uma editora independente de arte, fotografia, entre outros. Foi fundado em 1998 pelos atuais codiretores Andrés Fresneda, artista de formação com especialização em Engenharia Cultural e Juan Pablo Fajardo, mestre em artes plásticas pela Universidade dos Andes (Colômbia) e representante da exposição no Brasil.

ATIVIDADES INTEGRADAS


Ao longo do período expositivo, serão propostas diversas atividades que se relacionam com a temática de Todo Poder ao Povo! Emory Douglas e os Panteras Negras. Segue abaixo a programação paralela de março.
PALESTRAS
TODO PODER AO POVO! - COM EMORY DOUGLAS
Dia 8 de março de 2017. Quarta, das 18h30 às 20h
Local: Teatro Paulo Autran
Grátis
Retirada de ingressos na rede Sesc a partir de 2 de março, quinta, às 17h30
Livre para todos os públicos


Emory Douglas apresenta algumas imagens que produziu para as capas do jornal The Black Panther (Pantera Negra), principal jornal de veiculação dos ideais do partido dos Panteras Negras, e expõe sua visão da organização, bem como os problemas enfrentados pela comunidade negra norte-americana.


O PARTIDO DOS PANTERAS NEGRAS: HISTÓRIAS, MITOS, PRÁTICAS E LEGADOS - COM RAQUEL BARRETO
Dia 18 de março de 2017. Sábado, das 15h às 18h
Local: Sala de Oficinas (2º andar)
Grátis
Retirada de ingressos com uma hora de antecedência na bilheteria da unidade
Livre para todos os públicos

O encontro abordará a história política e de resistência do Partido dos Panteras Negras, uma das organizações negras de maior relevância e impacto na história dos Estados Unidos da América no século XX, destacando aspectos positivos e também problemáticos da trajetória dos Panteras.

Raquel Barreto é historiadora pela Universidade Federal Fluminense – UFF e já foi professora da UNAM (México) e da Universidad del Claustro de Sor Juana (México). Desenvolveu no seu mestrado um estudo comparado sobre as trajetórias políticas e intelectuais de Angela Davis (1944) e Lélia Gonzalez (1935-1994). No doutorado, pesquisa o Partido dos Panteras Negras (1966-1982) e o seu processo de desagregação.  


LITERATURA E IMPRENSA NEGRA (BRASIL E ESTADOS UNIDOS) - COM RAFAEL DOMINGOS OLIVEIRA E MARCIO FARIAS
Dia 19 de março de 2017. Domingo,  das 15h às 18h
Local: Arquibancada, Espaço Expositivo (2º andar) 
Grátis
Inscrições no dia e local da atividade
Livre para todos os públicos

As ações políticas do Partido dos Panteras Negras e a luta antirracista no Brasil Contemporâneo deram oportunidade a uma grande variedade de produções no campo artístico e literário, obras que serão comentadas destacando as relações entre arte e ação e o papel de uma escrita comprometida com as transformações sociais que orientam os movimentos sociais contemporâneos.


Marcio Farias é doutorando em Psicologia Social na PUC-SP. Coordenador do Núcleo de Pesquisa e Estudos Afro-Americanos (NEPAFRO). Colaborador do Instituto Amma Psique e Negritude. Compõe a equipe de Coordenação do Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil. 


Rafael Domingos Oliveira é mestre em História pela UNIFESP. É educador do Museu Afro Brasil (São Paulo), co-coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero, Raça e Sexualidades da UNIFESP (MAPÔ) e coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-Americanos (NEPAFRO). Dedica-se ao estudo da Diáspora Africana nas Américas, sobretudo os temas escravidão e abolicionismo.

ANGELA DAVIS E O FEMINISMO NEGRO NO BRASIL - COM GABRIELA MENDES CHAVES E JAQUE CONCEIÇÃO
Dia 26 de março de 2017. Domingo, das 15h às 18h

Local: Arquibancada, Espaço Expositivo (2º andar)
Grátis

Inscrições no dia e local da atividade
Livre para todos os públicos


O encontro visa apresentar o pensamento de Angela Davis, partindo de categorias da filosofia como liberdade, racionalidade e opressão para, em seguida, realizarmos uma discussão sobre a obra Mulheres, Raça e Classe.

Gabriela Mendes Chaves é economista formada pela Pontifícia Universidade Católica é integrante do Nepafro - Núcleo de Pesquisa e Estudos Afro-Americanos. Dedica-se a pesquisas relacionadas à formação do sistema capitalista, economia Brasileira, feminismo negro, dentre outros. Também possui experiência no mercado financeiro e de capitais.
Jaqueline Conceição é Mestre em Educação: História, Política, Sociedade (2014) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Indicada em 2016 como uma das 30 mulheres mais influentes do ano pela revista Feminista Think Olga, é articuladora do Coletivo Di Jejê. 

OFICINAS

OFICINA DE ARTES GRÁFICAS COM OS PANTERAS NEGRAS - COM EMORY DOUGLAS
Dia 9 de março de 2017. Quinta, das 18h às 22h
Local: Oficina de Offset da Exposição (2º andar) 
Valores: R$ 60,00 (inteira). R$ 30,00 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência). R$ 18,00 (credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes)
Como participar: Enviar um documento PDF afirmando em dois parágrafos o seu interesse na oficina, anexar seu currículo e (se disponível) imagens ou registros dos principais projetos relacionados com o tema para o e-mail: oficinapanterasnegras@pinheiros.sescsp.org.br
Período de envio do projeto: 22 a 27 de fevereiro 
Período de seleção: 2 a 5 de março
Divulgação do resultado: 7 de março
Critérios de seleção: motivação, experiência em design, layout, ilustração, instalação, tipografia e gerenciamento de conteúdo.  
Livre para todos os públicos

Os inscritos participarão, na companhia de Emory Douglas, do processo de concepção de uma peça gráfica nos moldes de trabalho da década de 70. Público alvo: Artistas e designers, estudantes de artes e áreas afins

QUADROS NEGROS – HQS E FANZINES - COM MARCELO D’SALETE
Dias 14 e 15 de março de 2017. Terça e quarta, das 19h às 20h
Local: Oficina de Offset da exposição (2º andar) 
Valores: R$ 30,00 (inteira) R$ 15,00 00 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência). R$ 9,00 (credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes)
Inscrições antecipadas na Central de Atendimento 
Livre para todos os públicos 

Oficina de iniciação à HQ a partir de exercícios práticos de criação de narrativas. Com o uso da máquina offset o público poderá elaborar um fanzine sobre os temas discutidos.
Marcelo D´Salete é professor, ilustrador e autor de histórias em quadrinhos, autor de CUMBE (Veneta, 176 páginas, 2014), obra que versa sobre o período colonial e a resistência a escravidão no Brasil.  

PARA CRIANÇAS: MINHA VOZ TEM COR! OFICINA DE PÔSTER EM OFFSET - COM JONATHAN GALL (YOYOZINE)
De 18 a 26 de março de 2017. Sábados e domingos, das 14h às 16h
Local: Espaço Expositivo (2º andar)
Grátis
Inscrições no dia e local da atividade
Livre para todos os públicos

Crianças poderão criar pôsteres utilizando a impressora offset, formando imagens figurativas de alto impacto visual e conceitual, com composição, contraste, misturas de cores e símbolos.

Jonathan Gall atua como educador em oficinas livres e aulas de artes plásticas para crianças e adultos em Nova York há mais de vinte anos. Como artista, trabalha com desenho, colagem e escultura, e participa de exposições e projetos artísticos no Brasil, Argentina, Venezuela e Estados Unidos, desde 1995. É colaborador da YoyoZine, editora independente que produz zines para o público infantil.   

OFICINA PARA PRODUÇÃO DE CARTAZES COLETIVOS - COM COLETIVO OCUPEACIDADE E JOYCE MARIA RODRIGUES
De 21 a 30 de março de 2017. Terças e quintas, das 19h às 22h
Local: Espaço Expositivo (2º andar)
Valores: R$ 30,00 (inteira). R$ 15,00 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência). R$ 9,00(credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes)
Inscrições antecipadas na Central de Atendimento 
Não recomendado para menores de 16 anos

Os participantes serão convidados a produzir um cartaz coletivamente em offset a partir da análise das obras de Emory Douglas apresentadas na exposição, tendo como ponto de partida as pautas levantadas pelos Panteras Negras e a reflexão sobre sua relevância na atualidade.


S E R V I Ç O
EXPOSIÇÃO “TODO PODER AO POVO! EMORY DOUGLAS E OS PANTERAS NEGRAS”
Curadoria: La Sillueta (Colômbia)
ABERTURA: 8 de março, às 20h
VISITAÇÃO: De 9 de março a 4 de junho de 2017
HORÁRIOS: Terça a sábado, das 10h30 às 21h30
Domingos, das 10h30 às 18h30
LOCAL: Espaço expositivo (2º andar)
Livre para todos os públicos
Grátis

SESC PINHEIROS
Endereço: Rua Paes Leme, 195.

Bilheteria: Terça a sábado das 10h às 21h. Domingos e feriados das 10h às 18h.
Tel.: 11 3095.9400.

Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 22h; Sábado, domingo, feriado, das 10h às 19h. Taxas / veículos e motos: Credenciados plenos no Sesc: R$ 12 nas três primeiras horas e R$ 2 a cada hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 18,00 nas três primeiras horas e R$ 3 a cada hora adicional. Para atividades no Teatro Paulo Autran, preço único: R$ 12 (credenciados plenos) e R$ 18 (não credenciados).
Transporte Público: Metrô Faria Lima – 500m / Estação Pinheiros – 800m

Postar um comentário

0 Comentários