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Retratando o amadurecimento afetivo de jovens pretas de quebrada, MC Luanna quebra a flecha do cúpido em "Maldita"

MC Luanna é um dos nomes em ascensão na cena cultural paulista, a MC narra sua história enquanto mulher preta e favelada com seus versos repletos de sentimentos. Contrariando o clima romântico do mês de junho, a artista lança “Maldita”, seu primeiro EP, que aborda relacionamentos e experiências afetivas da vida real e mostra que o cotidiano na periferia paulista é bem diferente das comédias românticas. 

Com quatro músicas inéditas, o projeto que antecede sua primeira mixtape, ambos desenvolvidos em parceria com o produtor musical Mello Santana, traduz suas experiências amorosas e as dos seus ciclos sociais e familiares, nas quais Luanna precisou assumir o controle do próprio coração e colocar seu bem estar em primeiro lugar. Através de sua arte, ela se mantém fiel às suas verdades utilizando seu vocabulário cotidiano, onde traz para suas obras, expressões e gírias utilizadas na rua, se aproximando do público pelo dialeto.

Capa: @emersonrosaoficial / Ilustração: @a.esibe

“Ser mulher nunca foi fácil. Mas ser uma mulher preta e de favela te coloca em posições onde você precisa estar preparada pra qualquer situação, muitas vezes, sendo vista como errada. De onde eu vim, a expressão ‘maldita’ sempre foi usada como forma de ofender qualquer mulher que peitasse um homem. E enquanto mulher preta, dentro dos relacionamentos, muitas vezes nós precisamos bater no peito e colocar as nossas dores em primeiro lugar, e isso deixa muito homem com raiva”, afirma MC Luanna sobre o projeto.

Nascida em Ubaitaba, na Bahia, a MC, assim como muitos jovens nordestinos, viu sua mãe se mudar para São Paulo com a esperança de dias melhores. Movida pelos mesmos objetivos, se aventurou em solos paulistas utilizando da arte, da poesia e do trabalho duro para trilhar seus sonhos em meio a periferia. 

Desde o lançamento de Kit Rosa (2020), seu primeiro single, a artista vem mostrando sua autenticidade e ganhado espaço junto a nomes igualmente talentosos do trap e rap nacional, como as parcerias com Danzo em Iphone 12 (2021) e Ajuliacosta em Set AJC (2021). Incentivando o empoderamento feminino periférico, MC Luanna mantém como base de suas composições a garra e a segurança da mulher preta, servindo de inspiração para a nova geração.



Maldita, expressão que dá nome ao disco, é um termo utilizado pelos moradores de sua comunidade para se referir às mulheres que enfrentam os homens de igual para igual, e reflete o processo de autoconhecimento e amadurecimento da artista enquanto mulher preta e de favela, com as faixas “Seu Particular”, “Foi só eu te deixar”, “Quem jura mente” e “Última vez”. Com inspirações populares que vão dos bailes funks ao rap, a tracklist do EP carrega em cada música o espírito debochado, independente e confiante das mulheres da periferia, característica que destaca a MC na cena cultural.

Confira:


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