Header Ads Widget

Não adianta arrotar negritude e cuspir na história de nosso povo desrespeitando o candomblé.

foto: Vilma Neres

O Brasil é um pais onde a maioria da população é negra, em 2015 dados apontam que 54% dos brasileiros se declaram pretos ou pardos.
Apesar de oficialmente nossa republica federativa ser laica, na pratica não funciona. Somos um pais de maioria cristã, dentre estes cristãos, os evangélicos protestantes e pentecostais são maioria.
Onde eu quero chegar? Com o aumento destas denominações nas quebradas, atos de intolerância tem aumentado drasticamente a ponto de acontecer atos de violência física e psicológica. 
Sabemos que isto tem um viés racista, pois as únicas religiões que sofrem com preconceito sãos as de matriz africana. Budistas, Hindus ou espiritas kardecista não passam por isto. 

Nós do NP, nunca ficamos em cima do muro e nos posicionamos diante de fatos como este. Mas desta vez achamos importante pegar a opinião de pessoas do rap, pois estes atos de racismo tem acontecido dentro da nossa cultura. 

Algumas semanas atrás, soltamos o artigo - Intolerância religiosa. E o que o Rap tem a ver com isso?. Neste artigo escrito pela Ana Rosa, tem trechos de declarações de: Jair Cortecertu, Lucas D'Ogum, Souto MC, o grupo Omnira, Lázaro (Opanijé), Anarka e Thiago Elniño.

























Num trecho do artigo escrito pela Ana Rosa, diz: 
"O movimento Hip Hop é concebido como um movimento de resistência, e principalmente de denúncia contra a figura do opressor. Sim, existem vertentes que não pautam nada disso em suas letras, mas implicitamente levam consigo, o movimento em si leva esse pilar junto dele, ou pelo menos deveria."

Vale lembrar que o Rap e o Hip Hop, são manifestações culturais que são enraizadas na cultura preta e africana. É incabível ato racista ou intolerante dentro da cultura.

Como dito acima, pegamos declarações de algumas pessoas ligadas ao rap e que praticam a religião. 

Anteriormente foi ao ar a declaração da Anarka que é Mc do grupo paulistano Projeto Preto - O hip hop é de matriz africana, as batidas, a ideologia. As mesmas forças que regem nossos terreiros, regem o movimento.

Neste semana o convidado é o Lazaro Erê Castro, membro do grupo baiano Opanijé

Perguntamos ao Lazaro: Diante desta onda de intolerância religiosa para com as religiões de matriz africana. Qual a importância de rapper se posicionarem diante destes fatos?

Lazaro respondeu que: Não só os rappers, mas todos que de alguma forma são envolvidos com manifestações negras tem por obrigação se posicionar diante desses fatos. Tem influência das religiões de matriz africana na nossa identidade como preto brasileiro e isso independe de qual crença você siga. Não adianta arrotar negritude e cuspir na história de nosso povo desrespeitando o candomblé.

Perguntamos também, se tem alguma explicação de onde vem esta onda conservadora, que vem dominando as quebradas e o rap?

Lazaro nos respondeu que: O fato de alguns rappers hoje estarem com um discurso mais reacionário me mostra algo que eu sempre desconfiei: Que muitos não faziam a menor ideia do que estavam falando quando criticavam o “sistema” em suas letras. Eu sei que existe hoje uma descrença muito grande em mudanças, uma decepção muito grande com o pessoal considerado mais “progressista”, mas, se muitos se bandearam para o lado do inimigo, significa que não estavam entendendo nada desde o começo. Apoiar políticos escrotos, com discurso de ódio é algo que vai completamente contra a liberdade que o rap prega, seja lá qual for o estilo.

Para terminar perguntamos: De que modo combater tudo isto?

E ele respondeu: Afirmação e valorização sempre vão ser armas para qualquer tipo de preconceito. Mas nesses casos mais recentes, temos que ir além. As grandes “Franquias Evangélicas” vêm se infiltrando nos 3 poderes há tempos e estão trabalhando para que a legislação no Brasil penda para o lado deles sempre. E se não prestarmos mais atenção nisso, vamos ser surpreendidos com a polícia novamente invadindo os terreiros e prendendo os sacerdotes.

Postar um comentário

1 Comentários

  1. De ROBERTO AMORIM
    a cultura ensina muito, fui capoeirista treinei e estudei durante 7 anos e nesse mesmo tempo conheci o movimento hip-hop acompanhei por curto período,esse rapaz ,meu colega extraordinário apresentou esse estilo, essa cultura para nosso grupo de sala de aula desde o 1° ano em 1996 ficavamos envolvidos com as musicas e ideias apresentadas por Lázaro significa que indiretamente ele nos manteve de mente aberta para conhecer outra cultura alem das apresentadas nas escolas.
    Devemos nos preparar pois devemos usar nossa inteligência para nos formarmos em sábios, se a sabedoria não for o suficiente nos tornaremos mártires, pois novas conjurações surgirão.
    Lazaro abraços!

    ResponderExcluir