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Durante um bapo com jornalista o Dj Kl Jay diz:'O Brasil tem vergonha de mim'


Arrancar algumas palavras de de KL Jay é um desafio e tanto para qualquer repórter - difícil, ainda mais, com um telefonema cheio de corte, chiados e ruídos. O que falar do show há dois meses aqui em Maringá, a tão esperada primeira vez do Racionais MC’s na cidade? “Foi ótimo. As pessoas estavam esperando muito”, diz, seco e lacônico.

E o que será do próximo álbum de inéditas que encerrará uma década de jejum? “Ainda não dá para saber”, despista, sem mais. Fracassa também a tentativa de arrancar algo sobre o filme - ou documentário? - que os integrantes do Racionais estão planejando. “Isso aí tá muito verde”. Insisto, pelo menos para arrancar se será encenado ou será um documentário. “Não sabemos, só tá na raiz”, desconversa o DJ.

E ele só se solta para falar sobre as manifestações populares. “Quero que você coloque aí todas as letras, entendeu?”, avisa, antes de começar.

“A discussão tem que ir além da passagem de ônibus. O Brasil só vai mudar com uma revolução na educação, na carga tributária, nas taxas de juros dos impostos”, diz, com razão.

“Mas veja bem, o Brasil tem vergonha de mim, dos pretos. Preto, aqui, não é cidadão. Preto não está nas novelas, nos comerciais, no congresso. Eu nasci neste país, mas este país não me aceita. Então, se o país que eu quero mudança não me aceita, isso que está acontecendo não é problema meu”, diz.

Mas lembro o DJ que seu discurso vitimizado está equivocado, pelo menos em um ponto. Afinal de contas, ele está concedendo uma entrevista que será publicada, e terá a oportunidade de ser lido e ter suas ideias debatidas pela sociedade.

“É verdade. Se eu não fosse rapper, as coisas seriam ainda pior”, concorda. Num papo com KL Jay, o Racionais não teve vez. Guardados, a sete chaves, os planos do maior grupo de todos os tempos do rap nacional.

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