#PoesiaPeriferica - Cazuza

Desprezível o resultado das tuas caçadas

Teu soro dos sonhos inânime

Tá no teu cólera de palavras

O tempo decidiu por ser neutro

Manusearam o escasso

Tornam-se marionetes e obsoletos

Jogados em sujeiras

Sob dilúvios

Que no fez de ferros e madeiras

Orquestra de espinhos

Faz Maestros sem refúgios

Foram abaixo os santuários

Quando clérigos lutaram

e se consagraram como derrotados

No chão escuro com as cobras

Elixir do que sobrou das cinzas,

Sem aleluia, sem luzes nas serpentinas

Não inferiram a percepção dos momentos

Não se deixa o ódio de lado

Que sejam afetados os julgamentos

Rosas se curvam,

regressam...

...As engrenagens dos que pecam

Lama é engolida em pratos

Vomito diamantes

E os valores são baixos?

Não há súplicas pra paixão

Esgotamos o desespero,

não queremo os caô...

...Que pisa no nosso chão

Se foram os primeiros salvadores

Na ceia de hoje

Não se pede

Iremos merecê-la

Eu só quis dizer que...

...há a e é que

Do inferno dos lobo

Moradia dos caráter

Das sequelas que brotaram do esgoto

Somos pagos com cuspes molestados,

da falsa sóbria lucidez

de choros derramados

sobre a sórdida nitidez

No sorriso das nuvens...

...Eu vi as lágrimas da lua

Nos frutos das selvas...

...Eu vi as verdades nuas,

Artes feitas...

...Sem cavalete, sem tela, Sem enxergar cores

Fiquei doente a pureza

Voltei do céu e...

...Não foi por pura coincidência

Delírios sucumbem

As poesias que não morrem

Derreado,

alma perpétua sob...

...Repulsa, em vício,

Sem analogias em esperanças

Tu aprende mermo que o céu não te ensine que...

...Virtude mermo é desconfiança

Cicatrizes volveram utopias

Teu Ranger se converte a covardias

Devoram-se mágoas nas memórias perdidas

Trova da inópia mental

Morfina nas curvas

Inquilino do terreno mordaz

Rogado pelos filhas da puta

São momentos subversivos,

Persuasivos a propensão de quem planta

Foi o teu sangue sobre os lírios

Me fez Adivinhar que...

...hora de colher teus martírios

Não me peque,

só porque eu nunca pedi perdão

Eu sei porque...

Da minha varanda ouvir a pregação

Dos fundos ouvir o sermão

Por  Igor Mata