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Emicida explica o que quis dizer na musica InSOMnia #Polemica



A musica InSOMnia foi lançada no ultimo dia 9, é um som em parceria com o rapper OGI e produção do Dj Caique.

Após o lançamento desta musica,rapidamente criou-se uma polemica,primeiro o rapper Nocivo tomou as dores por causa deste verso "Junta os melhor que diz merda de min,num da metade do que faço sozin" ... "vão se foder vocês e os mcs zoado, que acha que fazer rap é falar gíria e fumar um baseado".
O Nocivo ficou atacado, e fez questão de demostra que vai fazer uma diss chamada A Rua é quem ..? Parte 2, e ele ja adiantou que vai ter produção do DJ Bola 8 do Realidade cruel, e já falando em Realidade Cruel, o Douglas RC, foi outro que ficou atacado, mas com este verso aqui.. "Tem 2 tipo de Mc, 2 digo os que faliu, e os que aprendeu algo comigo", no qual o douglas ficou tão atacado que marcou outros rappers do Gangsta Rap em sua publicação e nem preciso dizer o que houve.. e nem quero também para não gerar mais polemica.
(toda esta polemica aconteceu no facebook)
Com tanta polemica o Emicida se sentiu obrigado a Explicar o que quis dizer.. veja

Leia a declaração do Emicida e comente, foi arrogância  ou intenderam os versos erroneamente ..?


23 h · 
ImSomnia e suas distorções...
Saudações a todos os irmãos e irmãs.
Venho por aqui dar um salve a respeito de interpretações erradas sobre minha música com Ogi.
Existem diversas linhas poéticas dentro da cultura hip hop. No Brasil, a mais conhecida até hoje é a do gangsta rap. Grupos como Racionais, Sistema Negro e Dj Jamaika, entre outros, popularizaram essa vertente muito bem e são história viva da música rap por este motivo.
Eu tenho minha admiração pelo segmento. Aliás, meus primeiros raps foram nessa pegada, mas uma vez, há muitos anos, vi um grupo num show na praça da República, se não me engano chamava-se Irmandade X. Os MCs eram Darkside e Lord C, eu acho. Achei louco porque era um outro tipo de rima, outro tipo de referência, voltei pra casa com a brisa roubada achando aqueles manos revolucionários. Comecei a colocar outras referências em meus raps, conheci depois SP Funk, Marechal e Quinto Andar, Black Alien e Speed, Kamau e seu consequência, Slim Rimografia e vários caras que tinham uma outra abordagem em seus raps. Eu, fã de batalhas de MCs, pendi pra esse lado, tanto que fui parar nas batalhas e venci algumas.
Como eu sempre fui fã dos 2 segmentos, tanto o gangsta quanto o que se baseia no freestyle, nunca entendi exatamente o por que de haver uma espécie de ‘divisão’ que os mantinha distantes em vários sentidos, mas enfim, aprendi a conviver com isso.
Por que falo sobre esse episódio? Por que pra nós, que batalhamos ou temos um apreço especial por essa vertente vinculada de alguma forma ao improviso, sempre houve a necessidade de uma competição saudável entre 2 MCs, ou mais, quando Ogi e eu entramos no estúdio, foi esse tipo de competição, um tipo de rap de batalha de freestyle, em que eu e ele competimos entre nós, às vezes se zoando, que é o mais comum nas batalhas, às vezes sobre um tema em específico, que é esse caso. Quem conhece um pouco da minha história sabe que não escrevo o que chamam de ‘diss’, embora brinque com a palavra no verso. Acho uma puta perda de tempo, tem mil temas urgentes, mais importantes, pra colocar numa ideia. Falo sobre 2 tipos de MCs me colocando como quem ama e corre pela cultura hip hop com o coração em primeira pessoa. Ou você vai falir ou vai aprender com quem corre por amor ao hip hop. Uma verdade: se você não tem o coração aberto pra aprender com seus irmãos, a cultura não te ensinou nada. Se você não aprendeu nada, você faliu. Essa foi a rima polêmica, pelo que tenho entendido. Por que vim falar sobre ela? Sinceramente, não sei exatamente, mas distorções envolvendo meu nome têm sido tão frequentes que é sempre bom deixar algumas coisas mais evidentes. Minha história fala por mim. Sempre demonstrei meu respeito ao que é tido como ‘velha escola’, que são os rappers que vieram antes de mim, sem os quais, aliás, eu mesmo não estaria aqui. Impossível listar todos ou fazer por eles exatamente o que fizeram por mim. Como vou agradecer ao Racionais por me dar auto-estima? Como agradecer ao RZO por mostrar que num tava certo a polícia matando nóiz em várias quebradas? Como agradecer ao Z’áfrica, ao DMN, ao P3, ao Viela 17, ao Posse mente Zulu e tantos outros por me ensinar tanto e me preparar para essa guerra? Impossível, o mínimo que posso fazer é repetir sem cansar que a ‘velha escola’ foi um livro de história maravilhoso que me fez levantar a cabeça e vencer.
Quando levamos o Pepeu pro palco, simbolicamente o que dissemos aos mal informados que achavam que o rap estava começando agora foi: "sem caras como o Pepeu não haveria Emicida". Já foi pior fazer rap, nem eu achava que um dia viveria disso, sempre fiz meu som pra dar uma ideia nos manos e minas, tirar uma onda, falar da quebrada, mas o mundo mudou em alguns sentidos. Hoje tem um monte de grupo de rap com auto-estima a mil. Já vi exatamente o oposto disso em outro tempo, num posso esconder que isso me alegra. Num posso esconder também que se a favela num abrir o olho e correr os boy cola, tira uma onda junto, leva o dinheiro e daqui a 10 anos noiz tá na merda, triste e sozinho. O verso fala disso mais do que qualquer outra coisa. Temos que nos unir, nos educar, nos organizar, nos respeitar e caminhar juntos. Meus parceiros dizem que meu maior pecado é achar que todos estão com as melhores intenções quando o assunto é rap, mas eu prefiro isso ao invés de ser mais uma porta fechada no caminho de quem precisa de nóiz. Enfim, meu respeito a todos que chegaram hoje e aos que chegaram há 30 ou 40 anos. Parece redundante, óbvio pra alguns, mas assim como repetimos os 4 elementos da cultura parece importante repetir que seguimos em um mesmo caminho, com os mesmos motivos para lutar. E embora a desunião seja uma realidade, existem pessoas que batalham contra ela dia após dia, sou uma dessas pessoas.

Obrigado pela atenção.
Emicida
A rua é nóiz



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