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Kascão fala com DIarioSP e fala sobre seu livro e novo álbum do Trilha Sonora do gueto




No começo dos anos 80, a região do Capão Redondo era conhecida como a mais violenta do mundo. O título era respaldado pelos altos índices de criminalidade e pelos pouquíssimos investimentos em infraestrutura e educação.  Para as crianças do bairro, e eu era uma delas, o Capão tinha seus riscos e seus encantos. 

 Na rua de cima, tinha um campinho de futebol onde a garotada se reunia nos finais de semana. Lá também tinha uma casa onde um jovem negro com problemas psicológicos vivia acorrentado numa garagem. Ele ficava nu, berrava e uivava alto quando alguém passava perto do portão. Era uma cena forte que causava uma mistura de medo, pena e curiosidade nos garotos do bairro. Às vezes escapava para a rua, descia a viela que dava para a minha rua e assustava todo mundo.  

Nos fundos da casa onde vivia o rapaz surtado, morava um garoto chamado Djalma, que anos mais tarde seria um dos principais responsáveis pela consolidação do hip-hop brasileiro a frente do grupo Trilha Sonora do Gueto. 

Entre a infância na vizinhança pobre do Capão e o sucesso no rap, a vida do Djalma teve muitas emoções e reviravolltas, algumas delas viraram letras de música.  Revolta, assalto a banco, sete anos de prisão, rap, religião, faculdade de Direito, são alguns dos assuntos que estarão presentes no livro "Assaltante de Banco Vira Rapper e Advogado", escrito com o Henrique Balseiros. Em abril, chega às lojas o disco "Du Lixu au Luxu", novo trabalho do Trilha Sonora do Gueto, é o primeiro álbum de inéditas desde 2008.

Não é fácil entrevistar o Djalma Rios, mais conhecido como Kascão T$G. Avesso à mídia ele prefere manter certa distância e vê com desconfiança os meios de comunicação. Informalmente, conversei com ele algumas vezes ao longo dos últimos anos. E agora chegou a hora de fazer uma entrevista. 


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