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Grupo que defende ditadura militar ataca marcha de mulheres negras




Um protesto pacífico que tinha como objetivo alertar sobre o preconceito contra mulheres negras no Brasil acabou com o lançamento de bombas de efeito moral contra as manifestantes e tiros disparados para o alto em frente ao Congresso Nacional nesta quarta-feira, em Brasília. A marcha das mulheres negras reunia cerca de 10.000 pessoas quando se aproximou de um dos acampamentos em frente ao Legislativo onde estão agrupados militantes que pedem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Como a marcha tem o apoio de dois movimentos que apoiam a gestão petista, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), os favoráveis ao impeachment e à instalação de uma ditadura militar começaram a discutir com as mulheres. Houve um empurra-empurra e, de repente, uma bomba de efeito moral estourou perto da marcha. Iniciou-se uma correria. Na sequência, uma das mulheres furou um boneco gigante inflado vestido de general do Exército e criado pelo grupo que defende a intervenção militar no país.
No meio da confusão, a polícia disparou spray de pimenta contra o movimento feminista. Entre os atingidos pelo gás estava o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que tinha ido ao local com uma comissão de parlamentares para tentar evitar confrontos.
Em dado momento, um homem disparou três tiros para o alto e reiniciou o tumulto. Ele acabou detido pela Polícia Militar e teve um revólver calibre 38 apreendido. O suspeito é um policial civil do Maranhão que havia se instalado no acampamento do grupo que se denomina intervencionista e apoia um golpe militar. Um outro policial que estava no protesto acabou detido, mas as razões não foram divulgadas. Conforme os bombeiros, ao menos dez pessoas precisaram de atendimento médico. Ninguém foi ferido com gravidade.
A confusão do lado de fora do Legislativo quase resultou na suspensão da sessão do Congresso Nacional que analisava vetos presidenciais a projetos de lei. Deputados governistas e oposicionistas se alternavam na tribuna para reclamar ou defender os acampamentos que foram autorizados a se instalarem pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os debates duraram quase uma hora e só foram suspensos quando o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL). ameaçou suspender a sessão.

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