O mundo é uma bola ou é uma bolha? Depende da sua escolha!
“Escolha” é o novo single do Inquérito que chega às ruas hoje (28) como um “pé na porta” ao abordar a superficialidade das redes sociais, fake news, algoritmos e escolhas induzidas em meio a avalanche de informações diárias que nos é imposta.
A música, produzida por DJ Duh e com clipe de Rodney Suguita é provocativa como o Rap deve ser e traz a caneta sempre pesada de Inquérito vulgo Renan, com rimas que questionam a liberdade de nossas escolhas: afinal, nas teias dos algoritmos, quem realmente está no controle?
O single é a primeira produção a ser lançada após o álbum Tungstênio, sexto do Inquérito, que saiu em março deste ano. Em “Escolha”, Renan discorre, estrofe a estrofe, como pensador que é, sobre a influência dos filtros em nossas supostas decisões, das trilhas milimetricamente pensadas por inteligências artificias para nos conduzir a caminhos que pensamos ter escolhido livremente.
Gravado pelas ruas de São Paulo, em apenas um dia, o clipe mostra Renan contracenando com uma máquina de pegar ursinhos de pelúcia, representando simbolicamente a falsa facilidade de escolha que nos é oferecida pela internet, onde, com tudo à mão em apenas um click a gente acha que “tá no controle, tá facinho, mas... é igual máquina de pegar ursinhos”.
Assista:
Assista:
E a temática de “Escolha” não poderia ser mais atual. Ela abre o debate sobre nossas decisões às vésperas das eleições e propõe a reflexão: Como nos esquivar das opiniões compartilhadas por robôs e bots que disseminam notícias falsas e foram criados para fomentar discussões nas redes sociais, e que além de moldar nossas opiniões, acirram os ânimos, dividem a sociedade, marginalizam ainda mais aqueles que já estão à margem? E o pior: “protegidos” dentro desta bolha, estamos nos tornando cada vez mais intolerantes. Que atire o primeiro mouse quem nunca se viu às voltas de um debate interminável nas caixas de comentários de redes sociais.
Inquérito
Prestes a completar 20 anos de estrada, INQUÉRITO, Renan flui entre a música, a poesia e a educação com a maestria de um equilibrador de pratos. Com o sexto álbum, Tungstênio, ele afirma a sua versatilidade e longevidade no rap, transitando pelo rock, reggae, MPB e outros ritmos ao partilhar faixas com nomes de peso da música nacional como Tulipa Ruiz, Mato Seco, Rashid e Zeca Baleiro, além do intercâmbio sonoro com o cantor de fado português Luís Travassos, o rapper angolano MCK e a cantora neozelandesa Lawn.
A capacidade de caminhar simultaneamente por várias expressões artísticas é o que o impulsiona a utilizar a música como ferramenta de transformação e interferência social, pois além de compositor e poeta também desenvolve trabalhos como educador. Percorre palcos, escolas e unidades da Fundação Casa, realizando saraus, shows, debates e oficinas.
Como autor, tem dois livros publicados #Poucas Palavras (2011), e “Poesia Pra Encher a Laje” (2016), além do roteiro da Ópera Rap Global em parceria com o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, com quem desenvolveu projetos
no ano passado na universidade de Coimbra, cujos resultados poderão ser vistos em livro lançado ainda este ano.
0 Comentários