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Fora da Caixinha | Trio Esperança: história, samples e curiosidade



Salve, Salve pra geral! Vocês estão suave? Espero que todos estejam lavando as mãos, evitando aglomerações e usando corretamente a máscara. 

O NP vai começar um quadro novo chamado “Fora da Caixinha”. Nesse quadro vamos trazer uma vez por mês um artista fora do rap, de preferência algo fora de qualquer vertente. Saca aqueles artistas que você descobre através dos samples? Então, a ideia inicial é trazer artista da velha guarda, que quase ninguém conhece. Mas nada impede também que falemos de alguém contemporâneo. 

Vamos começar o quadro com o Trio Esperança. Ele não é tão mocado, mas o trio fez grande sucesso até meados dos anos 70. Então pode ser que muita gente não conheça. Eu mesmo, apesar de conhecer algumas músicas do trio, me aprofundei porque descobri que o DJ Caique sampleou o som “Encontro” da cantora Evinha (integrante do Trio Esperança até 1967) na música “Não foi em vão” da Lívia Cruz. Um simples sample me levou a esse quadro. Por isso que digo: "Sample é uma máquina do tempo musical" 💗

Bora lá! 


O Trio Esperança era formado originalmente pelos irmãos Mario, Regina e Evinha. Quando a Evinha saiu em carreira solo em 1967, a irmã caçula, Marizinha ocupou lindamente seu lugar. 

Trio Esperança foi um conjunto vocal de Doo-Wop e Soul formado no Rio de Janeiro em 1958. O trio de irmãos estreou em 1961 no programa de calouros de Hélio Ricardo e em seguida passou a se apresentar no programa do José Messias, na Radio Mundial, no Rio Janeiro. José é conhecido como o padrinho do trio. 

“Quando "Filme Triste" estourou, efetivamente, participávamos de quase todos os programas do Paulo Gracindo na Rádio Nacional, o que nos deu a oportunidade de nos tornarmos rapidamente conhecidos pelo grande público. Entretanto, o descobridor do Trio Esperança foi o José Messias. Graças a ele, o Trio foi contratado pela gravadora Odeon”. Conta Evinha em entrevista ao José Teles no blog JC.

O sucesso "Filme Triste" foi incluído no LP (Long Play) “Nós Somos Sucesso” em 1963, ao lado da música, “O Sapo” de Jayme Silva e Neuza Teixeira. O trio fez muito sucesso e batia cartão no programa Jovem Guarda, da TV Record, de São Paulo. Além dos sucessos citados acima, o grupo cantou muito “Festa da Bolinha”, música escrita pelo Roberto Carlos e Eramos Carlos e "Garparzinho", de seu irmão Renato Corrêa, do Golden Boyz. 

Quando o trio se apresentava no programa Jovem Guarda, já eram crescidos e o JC perguntou a Evinha como foi na época. 

“Esse movimento (realizamos depois de adultos) foi de uma importância primordial em nossas vidas. Éramos crianças, adolescentes, e não tínhamos ideia do que estava acontecendo. Para mim, o fato de pegarmos o avião toda semana para irmos a São Paulo era uma brincadeira, um divertimento e não tinha a menor conotação política ou de revolta. Era um simples movimento de jovens de bem com a vida. Só felicidade!” 

Entre 1967 e 1968, o trio deu uma pausa porque a Regina engravidou e o programa Jovem Guarda estava no fim. Com essa pequena pausa, Evinha foi convidada pela Odeon para fazer carreira solo e fez grande sucesso, dando continuidade a dinastia Corrêa. 

Naturalmente, Marisa, a caçula da família assumiu seu lugar e gravou o LP “Trio Esperança”, em 1970, com a música “Primavera”, do Cassiano e Rochael. 

Detalhe interessante: essa música também foi gravada pelo Tim Maia, foi em sua voz que ela fez grande sucesso. Esse som se encontra em seu primeiro álbum gravado em 1970 também. 

"Caramba, quero ver este meu Brasil crescer
Todo mundo estudando e o progresso aumentando"
"Noves Fora (O Progresso)", grande sucesso de 1971 do Trio Esperança


Em 1971, Trio Esperança lançou o álbum homônimo, com o sucesso “Na hora do Almoço” de Belchior, 1974, com “Arrasta a Sandália”, de Roberto Corrêa e John Lemos, em 1975, com "Marambaia", de Henricão e Rubens Campos. Todos esses álbuns que levavam o nome do grupo no titulo foram lançados pela Emi-Odeon

Regina, Marisa e Evinha

Residindo na Europa, as irmãs Eva, Regina e Marisa continuam ativas e se apresentam como "Trio Esperança"

Golden Boys e Trio Esperança

A Máfia Corrêa vulgo GoldHerança 

Eu descobri nessa pesquisa, mas pra quem não está ligado, os Golden Boyz eram familiares do Trio Esperança

Mario, Regina, Evinha e Marisa (Trio Esperança) eram irmãos de Renato, Roberto e Ronaldo (Golden Boy) e o Waldir do Golden Boys e era primo de todos, claro! Que família, bicho!!! 

“A Mafia Corrêa: era como nos chamavam quando queriam os sete irmãos para fazer backing vocals. Nossa especialidade era a facilidade com a qual nos adaptávamos a todos os estilos de música. Sendo assim, viramos A Família Goldherança (Golden Boys, Evinha e Trio Esperança) nos estúdios o tempo todo, gravando com todos!” Conta Evinha ao JC. 

SAMPLES 

Trio Esperança foi eternizado por alguns grupos do rap nacional e um internacional, você sabe quais? Não? Então, bora! 

Pra quem não está ligado ou a memória falhou, o som "Pirituba Parte 2" do grupo RZO sampleia a música “Filme Triste”, primeiro sucesso do Trio. Não sabemos quem produziu, mas a produção do álbum ficou por conta do DJ Cia e do HeliãoPirituba Parte 2 é a terceira faixa do álbum “Evolução é uma Coisa”, lançado em 2003 

Dois grupos brasileiros usa o sample do som “Replay (O meu time e Alegria da Cidade)”. Um foi o Conexão do Morro, na faixa "Agradeço a Deus", do álbum “Porquê o ódio e não o amor” e o Fabio Macari, na música “É Gol!”, do Inquérito de seu álbum “Um Segundo é Pouco”

O beatmaker, Renan Samam usou o sample da música “Olhando Para O Céu” do álbum “Nós Somos O Sucesso” de 1963, no som “Você disse que o amor não dói”, do Marcelo D2, de seu álbum “Nada pode me parar” de 2013. 

Um dos duos mais aclamados do rap underground já sampleou nosso querido Trio Esperança. 
Madvillain, que é formado por nada mais que MF DOOM e Madlib, sampleou o som “Não Aguento Você” lançado em 1972, num remix chamado "Curls (Koushik Remix)" para um projeto de nome Koushik Remixes de 2005. 

CURIOSIDADE 

Eu tenho um grande carinho pelo Trio Esperança, pois as primeiras lembranças que eu tenho de ouvir um jogo do Corinthians num radinho de pilha é  de ouvir esse trecho: 

“É gol, que felicidade! É gol, o meu time é alegria da cidade!” 

Após o Timão fazer ou tomar um gol. Obvio que eu não lembrava em que estação de radio era. Mas pesquisando descobri que o icônico narrador esportivo, Osmar Santos ajudou a imortalizar esse trecho da música nas partidas de futebol. Primeiro nos anos 70 na radio AM Jovem Pan e depois na radio Globo-Nacional. 

“Replay (O Meu Time é a Alegria da Cidade)” foi escrito por Jon Lemos e Roberto Corrêa, ambos escreveram pensando no jogador Paulo César Caju, que na época jogava pelo Flamengo. Presente na gravação do Trio Esperança. “Replay (O Meu Time é a Alegria da Cidade)” está em coletâneas do conjunto brasileiro, como o CD “Grandes Sucessos” (EMI). 

Álbum com os grandes sucessos, mas eu recomendo que pesquise que os sucessos desse Trio não se resume a 13 músicas.


Obrigado pra você que chegou até aqui! Isso foi um pequeno resumo da obra desse importante trio brasileiro. Se gostou comente e aguarde que mês que vem voltamos com mais um “Fora da Caixinha”.
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Fontes de pesquisas usadas: 






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1 Comentários

  1. Daora Anderson! Poxa eu também me recordo do trecho "É gol! Que felicidade!", também ouvia no rádio quando meu pai ou meu avô estavam a escutar os jogos, eram bem pequeno, porém já era final de 80 e meados de 90. Ótimo artigo, obrigado por compartilhar.

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