O artista baiano AlendaSz lança o álbum “Sonhadores da Zona da Morte”
“Sonhadores da Zona da Morte” é o novo projeto do baiano AlendaSz e traz uma sonoridade quase que única, com o pagode baiano, samba reggae, arrocha, afrobeat, tudo isso num belo crossover alinhada ao rap. Os beats de “Agonia e SNZDM” ficou por conta do DJ Felipe e nas demais, a produção ficou por conta de Laraapio, da Produtora Bueiro75. Com um total de 16 faixas, a arte da capa é de Marcos Silva e as fotos de Edson Andrade.
SNZDM aborda as diversas formas de existir, pontua os sonhos e adversidades de ser preto e periférico. Mostra que não é apenas sobre a morte, dor, perda, ausência e ódio. O projeto vai contra os estereótipos impostos pela sociedade e revela uma demanda nesse circuito de sonhar e se manter vivo, é um chamado sonoro para a ação do povo preto.
O mergulho de Lázaro de Souza Barbosa, nome de batismo de AlendaSz, neste universo, se deu por causa de suas vivências. Com os filtros sonoros da Bahia, SNZDM é um projeto diversificado sobre o sonhar em meio a um permanente campo minado, e busca cavar espaços para novos públicos no estado, como por exemplo, as mães, as tias, pessoas que aparentemente não se conectaram ao rap, pelos vários estereótipos e histórias únicas sobre ele.
“O nome do disco combina morte e sonho, na tentativa de falar das nossas coexistências, sobrevivências e, ao mesmo tempo, das criações que lá se fazem, das invenções culturais, afinal, é o que muito produzimos na Zona da Morte, apesar dos olhares, só querem ver por lá a morte e, com isso, apagar os sonhos. O disco e seu nome também são sobre o rap e sua desobrigação em termos de falar da gente, mas só de um ângulo, o da dor”, conta.
As participações no disco são de Laraapio, na música “Sonhadores” e Nerby Nas, em “Subterraneo”. Laraapio cedeu seus instrumentais, além de fazer a mixagem do disco. Ele acredita que SNZDM foi, em muitos aspectos, uma jornada de autoconhecimento e desafios na sua vida pessoal e profissional. O projeto possui beats de cinco anos atrás, quando o ele iniciava na área, além de trazer trabalhos mais maduros.
“O disco me afrontou pela sua robustez, diversidade e complexidade na lírica de AlendaSz. Foi um desafio estético para mim e para a equipe que participou da produção. Bebemos de todas as paixões musicais possíveis para nós e para o público. Nos últimos anos, jogamos na rua misturas que povoavam a nossa cabeça desde o início da carreira e apostamos em experimentar com o que nos emociona localmente. Têm beats de arrocha, com elementos do reggae e explosão de pagode, tem música que é só voz, tem voz e violão no meio de um álbum de rap, tem o afrobeat que é uma influência forte de algumas presenças da Guiné em nossas vidas, apostamos algumas fichas”, justificou.
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