Sangue Real lança álbum “Respaldo” no dia 10 de novembro
Depois de ter um dos seus membros gravemente acometido pela Covid-19, o grupo volta aos palcos com novo trabalho
A periferia que resistiu à pandemia da Covid-19 celebra a vida com arte. Este é o intuito do grupo alagoinhense Sangue Real, que lançará o seu mais novo álbum em uma live no seu canal do Youtube, no dia 10 de novembro, quando as canções serão disponibilizadas na plataforma de streaming Spotify. Intitulado “Respaldo”, o novo álbum marca também o amadurecimento artístico do grupo e de sua narrativa sobre a periferia. Se em seu primeiro e segundo álbum o Sangue Real denunciava a violência policial e refletia sobre o enfrentamento político e artístico, agora ela fala de uma periferia mais complexa e plural.
Essa pluralidade está representada no próprio grupo, que é composto por dois homens negros, sendo um deles deficiente físico - MC Adriel Bicho Solto e MC Mamah, que é cadeirante -, e por uma mulher negra e gorda – Deny Silva -, todos nascidos em periferias de Alagoinhas, a maior cidade do território Litoral Norte e Agreste Baiano. Para além da violência, suas letras e rimas falam também da periferia que questiona desigualdades e opressões; que se levanta contra o machismo e o racismo; que se empodera e se orgulha; e que sonha e trabalha por um futuro melhor.
Produzido e finalizado em 2020, o álbum “Respaldo” não pôde ser lançado em decorrência da pandemia da Covid-19, que interrompeu o trabalho do grupo. Assim como muitos dos lares brasileiros, o Sangue Real também teve um dos seus membros acometido gravemente pela doença. O MC Mamah desenvolveu um quadro de alto risco e precisou ficar intubado por duas semanas.
Recuperado, Mamah e o grupo voltam para enfim lançar o seu terceiro álbum, que marca também a resistência das populações periféricas e da arte negra, tão abandonadas e prejudicadas durante a pandemia. “Como diz o refrão da nossa música de trabalho, ‘favela não morre’, seguimos fazendo os nossos ‘corre’ e ainda mais fortes”, garantiu Mamah.
Enquanto o álbum não ganha as ruas, fique com o show feito em dezembro do ano passado:
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