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A quebrada brasileira também exporta música: a influência do funk na música mundial

Da esquerda pra direita: Preto Show, M.I.A, Sango e IAMDDB

Já faz uma cota que eu vinha arquitetando algo sobre a fita do FUNK BR ainda estar em plena ascensão dentro do país e fora também. Inclusive já tinha começado com uma playlist no Spotify com músicas gringas que contam com samples de FUNK BR. Porém o start ou gatilho para começar a escrever algo se deve ao fato dessa semana que passou ter viralizado um trecho de um vídeo em que os produtores musicais Pharell Williams e Kanye West estão num desfile/show em homenagem ao saudoso Virgil Abloh curtindo o som “Tudo Que Você Podia Ser” do Quarteto CY, mas que ficou mega famosa no disco Clube da Esquina de Milton Nascimento.

Dizer que a música brasileira é muito reconhecida fora do país é chover no molhado. Ainda bem que Arthur Verocai, Milton Nascimento, Cartola e muitos outros artistas são reconhecidos lá fora. Apesar de serem artistas “periféricos”, no sentido de não serem ouvidos pela grande massa hoje, tirando o Cartola que tem muito respeito nas quebradas que curtem samba, a maioria dos artistas que são vistos lá fora são artistas bem visto pela burguesia brasileira. Quando a Deize Tigrona teve um som teu sampleando numa música da inglesa de origem do Sri Lanka M.I.A, muita gente até do rap ficou apontado coisas do tipo: “olha o tipo de música que o Brasil está exportando” e outros comentários preconceituosos que sabemos a origem, né? 

Então, o intuito é mostrar que a quebrada brasileira ainda é rica em cultura ao ponto de exportar algo feito dentro das favelas do Rio de Janeiro em tempos atuais.

Pra quem não está ligado, o Funk começou usando como base de seus sons as batidas do Miami Bass e quando se começou a tocar nos bailes do Rio de Janeiro, que em sua maioria tocavam o Funk clássico estadunidense, pelo desconhecimento da maioria das pessoas batizaram o ritmo de Funk por que tocava muito nesses bailes.

Mas como qualquer ritmo musical, Funk BR gradativamente foi se descolando das batidas do seu irmão de Miami e foi quando surgiu o Tamborzão, que foi criado pelo Dj Luciano e Dj Cabide (Confira aqui eles contando) dando formas e alternativas de deixar o FUNK BR finalmente com a cara do Brasil.

Claro que o funk não parou por aí. Quando chegou em SP, apesar de ter alguns proibidões criticando a PM, putaria e etc, em São Paulo o que pegou mesmo foi a fita da ostentação muito baseado no que os rappers estadunidenses faziam e fazem até hoje. O Funk Paulista atualmente, tanto em que questão de escrita e batida já tem sua identidade. E não só em São Paulo, né? Em Pernambuco misturando o Eletrobrega com Funk surgiu o Brega-Funk que é muito sucesso no Brasil todo também. Mas não quero falar das fusões aqui no Brasil, já deve ter muito conteúdo sobre que vocês podem conferir.

Com certeza existe milhares de músicas gringas com sample do funk feito no brasil, mas em minhas pesquisas encontrei rap gringo com funk, drill com funk, afrobeats com funk, Kizomba com Funk, Afrohouse com funk, Kuduro com Funk. Sendo aristas da Inglaterra, Cabo-Verde, Angola e Estados Unidos.

No final da matéria vocês terão acesso a nossa playlist no Spotify conlm diversos crossover com funk, mas antes deixo cinco artistas que fizeram essa mistura do Funk BR com a música e estética de seu país e cultura.

Se liga:

Em 2005 a cantora e rapper M.I.A, inglesa, mas com origem no Sri Lanka lançou o sucesso mundial “Bucky Done Gun”, single que conta com sample do som “Injeção” da Deize Tigrona, talvez tenha sido a primeira vez que o funk feito no Brasil, mas ainda com um pouco da cara do Miami Bass saiu do país e rodou o mundo. Esse som foi noticia em todos os noticiários do Brasil e deixou a Deize Tigrona famosa em todo o país e fora também

Confira:

Vindo mais pra frente, 2020 sendo mais exato, o cantor Preto Show mega popular em Angola e em boa parte da Lusofonia lançou o álbum “Banger”. O artista angolano é conhecido pelo alto numero de participações que ele traz em seus sons, mas o cantor é uma fabrica de Hit acima de tudo. Nesse álbum composto por 15 faixas, conta com participações de grandes nomes da música brasileira, como: Rincon Sapiência, Nego do Borel, Dj Will22, MC Rita e Anitta.

Mas em duas faixas o cantor mistura seu estilo pop angolano ao Funk BR. Em “Dança Assim” é um belo exemplo de um crossover entre a música pop angolana com o batidão do funk carioca misturado com o estilo também pop da cantora brasileira Anitta. Já na faixa “22”, que conta com a produção do hitmaker angolano Teo no Beat e do produtor brasileiro DJWill22, o cantor angolano manda seus versos num funk 150BPM mostrando que ele cantar em qualquer estilo.

Confira: 

IAMDDB é uma cantora nascida em Portugal de origem angolana e saudita. Seu pai é angolano e sua mãe é saudita e ambos são músicos. Daí vem todo o talento e a originalidade dela.

Quem acompanha a rapper radicada em Manchester está ligado que ela ama o Brasil e sempre que pode interage com seus fãs brasileiros. Uma coisa que eu tinha que ter citado acima na parte do Preto Show é que os países de língua portuguesa acompanham muito as coisas do Brasil e nossa música é muito querida e consumida em países como: Moçambique, Portugal, Guiné Bissau, Angola e Santo & Príncipe. Provavelmente o lado angolano de sua família a fez curtir muita música brasileira. 

Em 2018 a IAMDDB lançou a mixtape “Flightmode, vol. 4” e a primeira faixa de nome “Azul”, traz um ótimo crossover de rap com funk. Neste som ela profetiza sua vinda ao Brasil, já que seu primeiro show no Brasil foi em 2019 e a cantora fala dele até os dias atuais e sonha em voltar.

Confira:

Sango deve ser o gringo mais brasileiro da música. O produtor estadunidense oriundo de Seattle tem uma imensa discografia, mesmo se a gente olhar só os trampos com samples ou participações brasileiras. Só do seu trampo de nome “Da Rocinha” existe 4 volumes, sendo o primeiro lançado em 2012 e o ultimo em 2020. E tenho que citar o Sangozinho, que tem uma capa icônica! Com a foto de vários moleques pretos de cabelo amarelo, uma tradição de fim de ano que muitos negros aderem. O Sango produz beat com muito sample de música brasileira, mas o Funk deve ser a que ele mais sampleou. Abaixo deixo o primeiro volume do trampo "Da Rocinha", mas recomendo muito que pesquisem os trampos Sango. Ele é um produtor bem fora da caixinha e foge muito do tradicionalismo. O bichão é original demais!

Abaixo vou deixar o primeiro volume do trampo Da Rocinha:

 

Se você conhece algum som gringo com sample de Funk comente ou adicione em nossa playlist no Spotify

Confira também nossa playlist colaborativa no Spoitfy:
 

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